Crise do Sistema Colonial no Brasil: causas
O sistema colonial brasileiro entrou em crise no começo do século XIX.
![]() Vinda da família real portuguesa (1808)
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Introdução
O sistema colonial brasileiro começou a entrar em crise no final do século XVIII e início do XIX. Existem várias causas (fatores) que explicam não só a crise mas o fim desse período na História do Brasil.
Principais causas da crise do sistema colonial brasileiro:
- Fim do Absolutismo na maior parte dos países europeus. Os ideais de “liberdade, igualdade e fraternidade”, trazidos pela Revolução Francesa se espalharam pelas colonias, que começaram a questionar e enfrentar o poder das metrópoles.
- O crescimento da burguesia comercial no Brasil, que queria liberdade econômica para fazer crescer seus negócios. Com o Pacto Colonial, imposto pela Coroa Portuguesa, a burguesia não conseguia atingir seus objetivos.
- Influência dos ideais do Iluminismo, que motivaram muitos brasileiros (principalmentes intelectuais) a se organizarem para lutarem contra a opressão metropolitana e pela independência do Brasil. Várias revoltas emancipacionistas ocorrem no Brasil na segunda metade do século XVIII.
- Aumento da exploração da Coroa Portuguesa, através da cobrança de altos impostos e taxas, principalmente nas regiões auríferas. A revolta dos brasileiros acabou sendo o estopim para movimentos como a Conjuração Mineira (1789).
- Pressões do Reino Unido para que o Brasil se tornasse independente, tornando-o mercado consumidor dos manufaturados britânicos.
- Vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil em 1808. O governo de D. João VI deu maior autonomia para o Brasil e criou condições para um afrouxamento do sistema colonial.
- Fortalecimento político de Pedro I, que tinha como objetivo se tornar imperador do Brasil. Ele teve apoio significativo das elites agrárias brasileiras, que também queriam ser livrar das amarras políticas e econômicas de Portugal.
Os movimentos de contestação e a crise do sistema colonial brasileiro
Os movimentos de contestação que surgiram no final do período colonial, como a Conjuração Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798), foram manifestações diretas da crise do sistema colonial brasileiro. O descontentamento das elites com a exploração econômica, exemplificado pela imposição de tributos como a Derrama, e a influência de ideias iluministas, que pregavam liberdade e autonomia política, fomentaram revoltas contra o domínio português. Além disso, setores populares, especialmente na Conjuração Baiana, também reivindicaram mudanças sociais, incluindo o fim da escravidão e maior participação política. Essas revoltas, embora reprimidas, evidenciaram a insustentabilidade do pacto colonial e anteciparam o processo de ruptura que culminaria na independência do Brasil em 1822.
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Artigo publicado em: 22/06/2019. Atualizado em 29/01/2025
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Fontes de pesquisa utilizadas na elaboração do artigo:
- FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005.
- Costa, Marcos. A história do Brasil para quem tem pressa. Rio de Janeiro: Valentina, 2019.
Bibliografia indicada sobre o tema:
SCHWARCS, Lilia Moritz. Crise Colonial e Independência - 1808-1830. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.